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BRASÍLIA

Casa do Cantador é o principal polo de representação cultural no DF

Conhecido também como Palácio da Poesia e da Literatura de Cordel, o espaço foi inaugurado em novembro de 1986 e, desde então, funciona como um espaço de atrações musicais, literárias e teatrais que abraçam raízes nordestinas

Reprodução: Correio Braziliense

09/10/2018 13h35

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Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

Hoje é dia de celebrar as raízes do Nordeste e as influências que elas deixam na cultura brasileira. Comemorado nesta segunda-feira, o Dia do Nordestino foi oficializado em julho de 2009, por meio da lei nº14.952, em São Paulo, para celebrar as tradições no estado. Além disso, a data também homenageia o poeta, repentista e compositor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré, considerado uma das importantes figuras da arte popular nordestina.

No Distrito Federal, a celebração ao Nordeste tem um cantinho especial. A Casa do Cantador do Brasil, em Ceilândia, é um dos maiores pólos de preservação da cultura nordestina na cidade. Conhecido também como Palácio da Poesia e da Literatura de Cordel, o espaço foi inaugurado em novembro de 1986 e, desde então, funciona como um espaço de atrações musicais, literárias e teatrais que abraçam raízes nordestinas.

O local abriga a Biblioteca Patativa do Assaré, que conta com obras de nomes importantes na literatura do Nordeste, como Jorge Amado e Ariano Suassuna. “É uma biblioteca pequena, mas tem muitos livros voltados para a literatura de cordel e para autores nordestinos. Recentemente, a literatura de cordel se transformou em Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, e o mesmo processo está passando pelo repente e pelo forró pé de serra”, ressalta Francisco de Assis, diretor da Casa do Cantador há oito anos.

Para o diretor, é importante que o Distrito Federal tenha espaços de fomento às artes da Região Nordeste. “A Casa do Cantador acaba suprindo essa lacuna de ter um centro de cultura nordestina em Brasília. No tempo da globalização, é uma obrigação do Estado fomentar as culturas tradicionais brasileiras e a Casa tem feito isso”.

A biblioteca Patativa do Assaré, na Casa do Cantador, reúne exemplares raros de livros de cordel
Foto: Daniella Sasaki/Esp. CB/D.A Press


Francisco também conta que, nos últimos anos, o público que participa das ações na casa está mais diversificado: “A casa foi criada num instante em que o cenário de Ceilândia era totalmente diferente do de hoje.  Ceilândia continha quase 90% da população oriunda do Nordeste. Hoje, grande parte dos moradores são de Brasília mesmo, com pais e avós nordestinos”. Por isso, Francisco acredita que o local marca o encontro de gerações e ajuda a preservar as artes de estados do Nordeste no Distrito Federal.

O mesmo estabelecimento que dá espaço ao repente, ao forró e à literatura de cordel, recebe também eventos de arte urbana, por exemplo. “A casa acabou absorvendo as culturas tradicionais nordestinas, mas também a arte urbana, o rap. Mais de 100 jovens se unem para batalhas de rimas aqui. E muitos deles são descendentes de nordestinos”, ressalta Francisco.

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