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Juliana Davoglio se tornou a primeira jovem brasileira da história a ser selecionada para acompanhar uma cerimônia do Prêmio Nobel

Reprodução: Revista Galileu

03/01/2019 14h09

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Foto: Reprodução Instagram

Natural de Osório, região litorânea do Rio Grande do Sul, Juliana Davoglio Estradioto tem apenas 18 anos e um currículo de peso: já faturou 11 prêmios científicos nacionais e internacionais, mais de 30 menções e votos de congratulações, participou de feiras de ciência nos Estados Unidos, e se tornou a primeira jovem brasileira da história a ser selecionada para acompanhar uma cerimônia do Prêmio Nobel.

Para conquistar tudo isso, a curiosidade foi fundamental: durante a infância, ela adorava subir em árvores e observar insetos. “A criança já é cientista, pois investiga tudo. Qual o primeiro instinto dela? Colocar tudo na boca”, diz Estradioto em entrevista à GALILEU. “O sistema educacional e os adultos que vão cortando a ciência das crianças. É uma pena.”

Seu primeiro contato com os laboratórios ocorreu em 2015, quando ingressou no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) para cursar o ensino médico técnico em administração.

Na época, participou de um trabalho sobre a agricultura da sua região, onde há vasta produção de maracujá. “Nessas visitas, percebi que os resíduos gerados não tinham destinação correta”, declara. Naquele momento, resolveu desenvolver um projeto para amenizar o problema.

Flor de maracujá


A solução encontrada foi a produção de um filme plástico biodegradável (FPB) que substitui embalagens plásticas das mudas de plantas. O produto, feito a partir de cascas de maracujá, leva cerca de 20 dias para entrar em decomposição e contribui com a redução da poluição do meio ambiente. 

Juliana Davoglio Estradioto na cerimônia oficial do Prêmio Jovem Cientista, em dezembro de 2018. (Foto: Reprodução Prêmio Jovem Cientista).

O projeto rendeu à Estradioto o primeiro lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista 2018, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Durante a cerimônia da premiação, que ocorreu em outubro de 2018 em Brasília, a gaúcha não conteve a emoção. “Foi indescritível. Não é fácil fazer pesquisa, ainda mais quando tu estás no ensino médio e não tem nenhum recurso destinado para isso”, desabafa. “Precisa de muito esforço e dedicação. O reconhecimento mostra que valeu a pena e que estou no caminho certo.”

O estudo foi desenvolvido com orientação da professora Flávia Santos Twardowski Pinto,  a quem a gaúcha faz questão de agradecer. “Ela é brilhante, sempre me estimulou muito. Minha mãe também é incrível e inspiradora. Uma verdadeira guerreira”, orgulha-se. 

O plástico de maracujá, por enquanto, é apenas um experimento. A jovem cientista ainda precisa analisar se é viável patentear do produto. “Quero testar como seria o processo em larga escala, pois o método de produção é custoso”, explica.

O estudo ganhou ainda um local especial na pele da jovem: uma tatuagem de flor de maracujá, no braço esquerdo. “Esse projeto foi um divisor de águas, transformou a minha percepção de mundo", revela. "O maracujá é uma das minhas frutas favoritas. Adoro o suco, pois sou uma pessoa elétrica e tomo para me acalmar."

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